quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A MENINA QUE NÃO SABIA CAVALGAR





A MENINA QUE NÃO SABIA CAVALGAR
( Autor: Carlos Menino Beija-flor )

Num lindo e distante lugar, vivia uma menina muito graciosa, tímida, recatada, cujos olhos pareciam pedras furta-cor, às vezes com um brilho feliz, às vezes com um brilho triste, às vezes com todas as cores, e às vezes se adaptando à cor do momento, para disfarçar alguma inquietação. Sim, a menina era inquieta, parecia ter um poço de poesia dentro de si, um desejo de ir mais além, um algo mais que só a alma feminina sabe esconder, mas ela não queria mais conter. Todas as manhãs, a menina de sua janela, contemplava com semblante sonhador a grande montanha, de onde o sol saía parecendo lhe chamar, para ela saber como era gostoso chegar ao topo, como era bom sentir o sabor do êxtase, a doce loucura de chegar ao ápice,de fechar os olhos, abrir os braços e dizer: “Como foi bom chegar aqui”... e depois se entregar àquela cachoeira que proporcionava um agradável contraste cor de prata, banhando o verde da imponente montanha. Um elegante cavalo branco se lhe apresentava, dizendo: “Vamos, moça. Suba em mim, eu posso levar você até lá. Lá é um lugar maravilhoso. Não tenha medo de cavalgar, a felicidade é querer”. Mas a menina tinha medo, nem sabia exatamente por que tinha medo, apenas sabia que tinha, fora acostumada a ser presa, retraída, o medo lhe foi imposto talvez, ou talvez ela mesma tenha criado em si o medo, afinal somos assim, criamos medos, barreiras, escuridões e fantasmas dentro de nós. O que as pessoas não sabem é que, se criamos, também podemos desfazer. É verdade que algumas algemas são colocadas pela sociedade, mas não são impossíveis de serem quebradas, afinal, a imaginação, o pensamento, não pertence a ninguém a não ser a você mesmo, é a única coisa que não ninguém pode lhe tirar. E assim, com tanta imaginação, com tanto desejo querendo aflorar, fluir de dentro dela, um dia a menina venceu o medo. Era uma manhã diferente, mais linda que todas, o sol mais brilhante, a cachoeira mais charmosa, a montanha mais verde, o cavalo mais provocador... e ela, mais provocável. Tudo conspirava para a felicidade. Ela disse de olhos fechados: “É hoje”. Alisou o cavalo, sentiu seu dorso lhe passando segurança, beijou sua crina, e subiu. E cavalgou. A cavalgada começou suave, leve, afinal a menina era uma principiante, o cavalo sabia disso, e soube conduzi-la, a cada trotar, a cada evolução. Ela segurava em sua crina com prazer e confiança, sorria lindamente sentindo os prazeres de sua primeira cavalgada, aquele vento gostoso na face, aqueles movimentos que cada vez mais a levariam ao topo da montanha, ao ápice, ao auge da felicidade. E a cavalgada foi ficando cada vez mais excitante, mais veloz, mais intensa, agora a menina também sabia conduzir o cavalo, até chegar finalmente ao ponto mais alto que desejou a vida toda. E sorriu... sorriu... sorriu como nunca dantes, abraçada ao cavalo amigo, agradecida pelos momentos de êxtase. Tomou banho de cachoeira, a cachoeira tinha mesmo o frescor que imaginava, lá de longe no parapeito de sua limitada janela. Mas agora estava tudo diferente. Pronto... romperam-se as barreiras, os grilhões, a escuridão e o medo. E assim, todos os dias, podia-se ver a silhueta da menina ao sol, cabelo ao vento, cavalgando no topo da montanha, feliz agarrada a seu cavalo. Nunca mais ela deixou de cavalgar, e seus olhos passaram a ter somente uma cor, a cor da real felicidade... da essência de quem sabe ser.

Carlos Menino Beija-flor
Dedicado à minha amiga Lisandra Fernandes, que está iniciando uma cavalgada literária poética com maestria.
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NOTA:
É com grande prazer que abro os marcadores de amigos poetas e escritores aqui no blog.
Começando com o querido amigo poeta Carlos Menino Beija-flor que me presenteou com esse belo texto e por quem tenho grande carinho e admiração.

Lis Fernandes

Quem quiser conhecer mais as obras do autor, http://gvpoeta.blogspot.com.br/

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Conversando com a saudade



Conversando com a saudade


A saudade bateu em minha porta.

Se eu soubesse que era ela nem teria aberto.

Perguntei o que ela queria, ali logo cedo. Ela olhou-me e 

disse: “Vim fazer uma visita”.

Eu sem saber o que dizer, apenas lhe pedi que então 

entrasse, mas que não ficasse muito à vontade.

Ela perguntou se poderia sentar-se, foi logo puxando uma 

cadeira e pedindo uma xícara de café. Acenei com um sim.

Olhei para ela ali paradinha, querendo a minha companhia 

e então sentei-me ao seu lado.

Ficamos as duas ali sentadas, quietinhas e juntas tomamos 

café... bem quente, bem forte e bem amargo.

Até que quebrei o silêncio que se estabelecera entre nós e 

indaguei:

“Por que, assim como esse café, você pra mim tem um gosto 

amargo às vezes?”

Ela calmamente respondeu: “ Já fui doce quando era 

presença, depois me tornei amarga quando era só ausência. 

Agora não sou doce nem amarga. Mexa o seu café, tem um 

pouco de açúcar no fundo.

Sou apenas saudade".



Lis Fernandes

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O Tempo



O Tempo

O tempo é muito precioso. 
Principalmente nos dias de hoje que passa numa velocidade que não acompanhamos.
Não o desperdice.
Não perca tempo!
Ganhe!
Ganhe – Sorrindo mais.
Ganhe – Conversando com os amigos.
Ganhe – Brincando com o seu filho(a).
Ganhe – Curtindo boa música.
Ganhe – Se aventurando nas páginas dos livros.
Ganhe - Apreciando o espetáculo do nascer e o do pôr do sol, a beleza do mar, o encanto das noites de lua cheia.
Ganhe – Fazendo amor com o seu amor.
Ganhe – Ajudando sempre que for preciso.
Ganhe – Orando e agradecendo a Deus.
Tudo isso é ganho.
Perde tempo quem não se permite viver.

Lis Fernandes.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Sozinha



Sozinha


Na madrugada quente

Sozinha estou

Olho para a cama que arde, queima.

Lençóis flamejantes

À espera...

O sono não chega, sinto-me perdida

Tal como no mar à deriva

Fecho o meus olhos,

Deito-me e sonho... ainda acordada

Perco-me nessa ânsia louca pelos seus beijos

Busco em meus delírios saciar meus desejos.

Me reviro do avesso, tentando não pensar.

Te procuro na penumbra do quarto,

Sem te encontrar.

Já amanhecendo, a noite se fez dia

Avisto entreaberta a janela,

Os primeiros raios de sol querendo adentrar

Nada vejo,

Nada conforta,

Nada consola.

Essa falta que você me faz.


Lis Fernandes

( Nota: Apenas uma inspiração, baseada na imagem retirada do google ).

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Minha vida




Minha vida

A minha vida eu faço.
Refaço.
Eu dito.
Nada se apropria de mim.
Eu mesma dou o tom.
Afino e desafino.
Coreografo meus passos
Erro e acerto.
E sigo em frente.
Me lanço e me recolho.
Mas não me encolho.
Jamais!
Minha vida...
Me pertence.


Lis Fernandes

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Comunicado


Queridos amigos,

Segunda-feira em razão do feriadão de carnaval, não postarei no blog.
Nova postagem  somente na quarta-feira.
Desejo um ótimo carnaval para todos!!!
Descanso pra quem é de descanso e folia pra quem é de folia.

Beijos e o meu carinho.

Lis Fernandes

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Respire...



Respire bem fundo, estufe o peito e encare a vida.



Em todos os seus desafios, nas vitórias e nas derrotas.



O medo nos faz andar pra trás.



Tenha sempre a perspectiva de que a cada dia que amanhece é nos dada a 



chance de continuar, e essa continuação faz de nós vitoriosos, faz de nós 



caminhantes na busca do melhor de nós mesmos.




Pensemos nisso.




Lis Fernandes

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Momento...





Esperando o momento certo

Deixou de acontecer

Porta entre aberta

O coração trancado

Desejos  contidos

Os sonhos guardados

Da janela assistia

A vida passando

O momento da partida 


Sem demora chegava.


Lis Fernandes